A magia do momento
Sopro ao vento as palavras, em cadeias de frases encantadas, feitiço de outros tempos que pronuncio numa língua estranha. Declamo versos em parágrafos calados, recito as memórias e os encantamentos. Agitam-se na ponta de meus dedos clarões de uma amarelo intenso, no ar, o aroma de canela propaga-se para alem da minha própria aura. Formam-se as nuvens do nada, e surge teu corpo feito de nevoeiro, que caminha em minha direcção.
Olho-te nos olhos, feiticeira mágica que minha respiração absorves, como se te alimentasses da minha energia, como se bebesses de minha boca minhas próprias profecias. Quando nossas mãos se enlaçam a atmosfera dilata-se numa explosão de raios cósmicos que nos envolvem como se estivéssemos dentro de uma bola de luz. Quando na saudade das distâncias teus lábios tocam os meus, nasce um novo mundo, que se estende para lá de nossos corpos numa pradaria verdejante.
Pássaros de todas as cores seguem nossos passos que deixam para trás pegadas repletas de flores, as borboletas esvoaçam em redor de teus cabelos, como adornos vivos, e o teu sorriso enche-se da magia com que te criei, reluzindo lampejos da tua alma eterna. Sentamo-nos junto ao lago, deixamos a água feita de gotas de seda tocar nosss pés despidos, e neste mundo perfeito, minha voz é música que penetra em teu coração, tuas palavras são reflexos do meu, que se entrega num abraço apertado de nossos corpos.
Esta é a magia das palavras, com a qual te dou forma, através da qual te animo, e, sem a qual, serás apenas uma utopia.
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