terça-feira, 23 de junho de 2009

INSONIA


INSONIA
Uma certa noite,

recostado em meu leito,

senti uma forte saudade

a corroer meu peito.




Munido do poder

somente aos poetas ofertado

viajei através do pensamento

e encontrei-me a seu lado.




Nesta viagem sem limites

pude rever-te e, naquele momento,

sentir a alegria me invadindo

banindo-me do sofrimento.




Estava você, como sempre, bela:

lábios carnudos, voz firme empostada

sorriso cativante, cabelos macios

pele jovial e bronzeada.




Ah, que momento maravilhoso!

Fez-me sentir um príncipe

ladeado por tão bela princesa...



Mas, de volta para a realidade


que nada tinha a ver com a nobreza,

fez-me somente o vazio contemplar.



É tudo o que sua ausência me proporciona;

fitei o vazio e voltei a pensar.




Onde estaria você naquele momento?

Certamente encantando um outro

pela sua presença embriagado,

pelo seu modo de ser envolto.




Na penumbra de meu quarto,

por um, talvez dois quartos de hora,

fiquei parado, o infinito a fitar

até minha lucidez ir embora.




Sua falta me arremessa ao vazio

que somente quem é especial oferece...

Então, por que não deixa seu orgulho de lado

esquece tudo o que passou e reaparece?

© Valter Montani

Revisão de Texto: Regina Azevedo

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